domingo, 5 de junho de 2011

2 - Os ecos de uma geração: introdução á crítica contra o Liberalismo Emo

É justo com o leitor eu me apresentar, uma vez que este blog representa opiniões "pessoais minhas", alguns achismos e outras impressões geradas por um estilo de vida exclusivamente meu, com a minha história, minhas conquistas, traumas e todos os itens que todos temos.

Posso afirmar que sou de uma geração intermediária, se é que isso faz algum sentido. Nasci nos anos 70, mais precisamente em 1976, mas longe de toda a balbúrdia ideológica nacionalista, americanizada, européia, cult e contracult...
Sou daquela geração que recebeu uma educação considerada boa (mas não excelente...), e afirmo de boca cheia, numa escola estadual que seria e ainda é, uma das melhores do Brasil, em São Paulo, Zona Sul (Ennio Voss). É importante contextualizar o leitor, já que todo o resto deriva disso...

Importante anotar que nesta escola, num bairro de classe média - o Brooklin, havia uma favela de picadinhos sobre um córrego imundo em frente, exatamente do outro lado da rua. O que não impedia que muitos alunos abastados ali estudassem. Aliás essa não era a única, haviam outras, e havia também as ilhas pouco mais abastadas nas redondezas. Assim, a tipologia de muitos alunos era a da mistura, de classes e grupos ideológicos. Aliás, isso era style na época... se dar bem com todos os grupos. Mas isso não é liberalismo, nem hipocrisia, é apenas brasileirismo.

Intermediário sem ser mediano, ou descambar para o medíocre (que vem de médio pra quem não sabe...). De etnia mesclada de japones, africano, europeu e índio, posso fazer piada de quem eu quiser, desde que haja bom humor nas proximidades... estudado em escola pública, no primário (municipal... tinha merenda completa!), no ginásio estadual (e já peguei ônibus pra ir pra escola depois localizada na estação Conceição...), e depois cursinho na Poli e depois na Unesp: cursinhos como "bolsa de pobreza", com desconto depois do desempenho nos simulados... e depois na estadual novamente: Unesp, Arquitetura e Urbanismo.

Profissional mediano.... não sou dos piores e não cheguei no topo (tomara que sim um dia!), e se não der certo, não vai ser por falta de vontade.

Dessa geração que eu cresci, cercado de militantes de esquerda na própria família e um autoritarismo típico japonês, displicentemente espartano e jogado no mundo pra aprender, assisti de camarote todo um burburinho e manifesto pela ordem estabelecida, e contra ela. Contra a TV, a favor, contra o americanismo, a favor, e assim por diante. Religião então... deixa pra lá...

Na minha família, até então, nenhum revolucionário. Nenhum militar. Nenhum underground, hippie, nerd ou vagabundo. A coisa caminhou navalhando tudo isso... pagando o preço de muitos clichês, claro. Mas nada muito comprometedor.

Um resumo seria o seguinte: a minha infancia e adolescencia durou até os 18 anos. Depois tive que virar adulto na marra. Mas eu sei que antes de mim a fase adulta costumava vir antes, e depois de mim, a adolescência desejaria permanecer eternamente... para os filhos de pais intoxicados por um liberalismo mal ingerido...

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